Em recente divulgação feita pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), o Relatório do Ciclo de Monitoramento apresentou um dado alarmante: o aumento expressivo nas comunicações de possíveis falhas de segurança em sistemas de informação que poderiam comprometer o sigilo de dados pessoais. Entre 2021 e 2022, houve um salto de 186 para 287 notificações – uma indicação clara da crescente preocupação com a integridade dos dados no cenário digital.

Por lei, todas as organizações, sejam elas públicas ou privadas, têm o dever de comunicar possíveis incidentes de segurança que possam representar riscos significativos aos titulares de informações. Esta obrigação legal tem incentivado uma maior transparência e responsabilidade no tratamento de informações pessoais.

Surpreendentemente, o ransomware liderou a lista de incidentes relatados. Setores vitais como administração pública, saúde, educação, financeiro e tecnologia da informação foram os mais afetados. Essa tendência é um alerta para a crescente sofisticação e audácia dos cibercriminosos.

A conscientização acerca da segurança da informação tem crescido. De fato, o aumento nas notificações pode ser um reflexo positivo desse despertar, mostrando que empresas e entidades estão mais atentas à identificação e comunicação de possíveis violações. Contudo, não podemos ignorar a possibilidade de um crescimento real nas ameaças cibernéticas. Este panorama sugere que nossos sistemas estão sendo desafiados de maneiras inéditas, e a urgência de fortalecer nossa postura de defesa nunca foi tão crítica.

Para enfrentar esse desafio, é indispensável adotar uma postura proativa. Investir em soluções avançadas de segurança cibernética, conduzir avaliações regulares de vulnerabilidade e treinar a força de trabalho são passos essenciais. A conscientização não se restringe à alta direção: todos os membros de uma organização devem estar cientes dos riscos e melhores práticas de segurança.

A atualização constante de sistemas e softwares é outra medida crucial. Atrasos em atualizações podem deixar portas abertas para invasores aproveitarem vulnerabilidades já conhecidas.

Em conclusão, o aumento nas notificações à ANPD é um lembrete solene da ameaça cibernética sempre presente. Mais do que nunca, precisamos valorizar e proteger a integridade dos dados pessoais, um recurso precioso na era digital. Adotando as medidas corretas e mantendo a vigilância, podemos enfrentar e superar as crescentes ameaças do ciberespaço.