COMPLIANCE E CRIMES FINANCEIROS NA AMÉRICA LATINA

26 de abril de 2024

Em 2023, as instituições financeiras da América Latina enfrentaram um aumento significativo nos custos associados ao compliance de crimes financeiros, segundo um estudo encomendado à Forrester Consulting pela LexisNexis Risk Solutions. O estudo, que detalha esses desafios no relatório “O Real Custo do Compliance contra Crimes Financeiros – América Latina”, aponta que 97% das instituições viram um aumento nos custos, que totalizaram US$ 15 bilhões.

A pressão para reduzir despesas é intensa, com 69% das instituições buscando diminuir os custos de compliance nos próximos doze meses. A maior parte desse aumento nos custos foi percebida em países como Brasil, Colômbia e México, onde 67% das instituições notaram um crescimento mais acentuado, atribuído à necessidade de pessoal altamente qualificado para atender às rigorosas demandas regulatórias.

A tecnologia também tem sido um fator relevante no aumento desses custos. As organizações reportaram que 69% delas observaram aumentos nos gastos com tecnologia, especialmente relacionados a redes, sistemas e a adaptações para trabalho remoto. Esse cenário é ainda mais crítico no México (80%), Brasil (76%) e Colômbia (63%).

Além dos desafios tecnológicos, o relatório destaca uma crescente preocupação com crimes financeiros vinculados ao uso de criptomoedas e de tecnologias emergentes como a inteligência artificial (IA). Cerca de 24% das instituições financeiras identificaram um aumento superior a 20% em crimes financeiros envolvendo IA, enquanto 20% apontaram para crimes associados a criptomoedas.

O incremento nas regulamentações também tem sido um fator chave para o aumento dos custos. Trinta e nove por cento das instituições citaram a escalada das exigências regulatórias como uma grande influência nos custos elevados. Há uma demanda crescente por automação, melhores dados e ferramentas avançadas para apoiar o compliance. No Brasil, essa necessidade é sentida por 45% das organizações, seguida por México e Colômbia, com 31% e 30%, respectivamente.

Apesar de ser fundamental contar com equipes internas de compliance competentes, é essencial que as instituições busquem estratégias para otimizar custos e melhorar a eficiência. As instituições financeiras devem se adaptar rapidamente para não apenas acompanhar, mas também antecipar as estratégias dos criminosos.

O estudo foi realizado com 268 tomadores de decisão seniores, abrangendo várias nações da América Latina, incluindo Brasil, Chile, Colômbia, México e Panamá, destacando os principais desafios e o estado atual das operações de compliance contra crimes financeiros.