Em 2023, as instituições financeiras da América Latina enfrentaram um aumento significativo nos custos associados ao compliance de crimes financeiros, segundo um estudo encomendado à Forrester Consulting pela LexisNexis Risk Solutions. O estudo, que detalha esses desafios no relatório “O Real Custo do Compliance contra Crimes Financeiros – América Latina”, aponta que 97% das instituições viram um aumento nos custos, que totalizaram US$ 15 bilhões.
A pressão para reduzir despesas é intensa, com 69% das instituições buscando diminuir os custos de compliance nos próximos doze meses. A maior parte desse aumento nos custos foi percebida em países como Brasil, Colômbia e México, onde 67% das instituições notaram um crescimento mais acentuado, atribuído à necessidade de pessoal altamente qualificado para atender às rigorosas demandas regulatórias.
A tecnologia também tem sido um fator relevante no aumento desses custos. As organizações reportaram que 69% delas observaram aumentos nos gastos com tecnologia, especialmente relacionados a redes, sistemas e a adaptações para trabalho remoto. Esse cenário é ainda mais crítico no México (80%), Brasil (76%) e Colômbia (63%).
Além dos desafios tecnológicos, o relatório destaca uma crescente preocupação com crimes financeiros vinculados ao uso de criptomoedas e de tecnologias emergentes como a inteligência artificial (IA). Cerca de 24% das instituições financeiras identificaram um aumento superior a 20% em crimes financeiros envolvendo IA, enquanto 20% apontaram para crimes associados a criptomoedas.
O incremento nas regulamentações também tem sido um fator chave para o aumento dos custos. Trinta e nove por cento das instituições citaram a escalada das exigências regulatórias como uma grande influência nos custos elevados. Há uma demanda crescente por automação, melhores dados e ferramentas avançadas para apoiar o compliance. No Brasil, essa necessidade é sentida por 45% das organizações, seguida por México e Colômbia, com 31% e 30%, respectivamente.
Apesar de ser fundamental contar com equipes internas de compliance competentes, é essencial que as instituições busquem estratégias para otimizar custos e melhorar a eficiência. As instituições financeiras devem se adaptar rapidamente para não apenas acompanhar, mas também antecipar as estratégias dos criminosos.
O estudo foi realizado com 268 tomadores de decisão seniores, abrangendo várias nações da América Latina, incluindo Brasil, Chile, Colômbia, México e Panamá, destacando os principais desafios e o estado atual das operações de compliance contra crimes financeiros.