A teoria de agência, originada nos anos 70, explora as dificuldades inerentes ao relacionamento entre o principal, que delega responsabilidades, e o agente, que conduz as operações. A falta de alinhamento entre seus objetivos e a assimetria de informações favorecem a maximização dos interesses do agente, muitas vezes em detrimento das metas do principal. Nesse cenário, a Governança Corporativa se destaca como um mecanismo essencial para a redução de riscos e aprimoramento do valor da organização perante o mercado e seus stakeholders.
Com mercados cada vez mais competitivos e dinâmicos, as empresas enfrentam desafios não apenas em relação à competitividade, mas também à transparência, responsabilidade e ética. Embora os negócios variem amplamente, alguns objetivos permanecem universais, como maximizar valor, manter relevância no mercado e promover um ambiente sustentável.
Conceitos como ESG (Environmental, Social, and Governance) ganham destaque nas organizações, refletindo a maturidade empresarial, compromisso com a sustentabilidade e resiliência aos riscos internos e externos. Além de melhorar a imagem da marca, reforçam a confiança no compromisso da empresa com as melhores práticas.
No contexto da Governança Corporativa, um sistema que envolve princípios, regras, estruturas e processos para direcionar e monitorar organizações, é crucial estabelecer um caminho claro para atingir os objetivos da empresa e de seus stakeholders. No Brasil, a adesão a essas práticas é usada para classificar empresas na bolsa de valores, com cerca de 1932 atualmente incluídas no “Novo Mercado”, segmento que garante maior segurança para os investidores.
Medidas como a criação de um Conselho de Administração, a implementação de processos decisórios claros e a elaboração de contratos detalhados que contemplam promoções, demissões e remuneração variável vinculada aos objetivos da empresa são cruciais. Entretanto, é essencial que a aplicação dessas práticas considere as especificidades de cada empresa para evitar custos excessivos de agência, que englobam despesas com o monitoramento do agente pelo principal.
Assim, a Governança Corporativa promove um equilíbrio entre acionistas e gestores, estabelecendo uma cultura organizacional mais ética e transparente, que reforça a confiança dos stakeholders e fortalece a empresa.