ESTUDANTE DE NUTRIÇÃO É DETIDA POR STALKING EM UBERLÂNDIA

25 de junho de 2024

Um caso de perseguição obsessiva que durou cinco anos culminou na prisão de uma mulher em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro. A jovem, de 23 anos, foi detida em 8 de maio em Uberlândia, onde estudava nutrição, após ser encontrada foragida desde março do ano passado. Além de stalking, ela enfrenta acusações de furto, ameaça e extorsão. O episódio foi destaque no programa Fantástico da TV Globo no domingo, dia 19.

Segundo a denúncia, a mulher, que era paciente do médico alvo da perseguição, desenvolveu uma obsessão por ele em 2019, após ser retirada da lista de pacientes. Mesmo com a resistência do médico às suas investidas, a perseguição continuou, intensificando-se com ameaças e contatos com familiares. O casal registrou 42 boletins de ocorrência, abrangendo desde perturbação do sossego até lesão corporal.

Em declarações ao Fantástico, o médico relatou que, inicialmente, a paciente o procurou para tratar de depressão, mas logo começou a tentar estabelecer um relacionamento amoroso. Diante da negativa, ela passou a enviar mensagens perturbadoras, incluindo ameaças de suicídio e promessas de expor conversas privadas. Em um dia, a jovem chegou a enviar 1.300 mensagens e fazer mais de 500 ligações. A perseguição não se limitou ao ambiente virtual, estendendo-se a eventos profissionais e até ao trânsito.

Um dos momentos mais críticos ocorreu quando a mulher invadiu o consultório do médico e agrediu sua esposa, além de furtar o celular dela. Isso levou à expedição de um mandado de prisão, mas, após ser liberada com medidas cautelares, a acusada descumpriu as exigências, resultando em um novo mandado e sua subsequente prisão pela Delegacia de Homicídios de Uberlândia. Seus celulares foram apreendidos para perícia, e ela foi encaminhada à ala feminina da Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga.

O stalking, prática de perseguição sistemática, foi tipificado como crime no Brasil em março de 2021, com penas de seis meses a dois anos de reclusão, além de multa. A defesa da acusada alega que ela e o médico mantinham um relacionamento, o que, segundo eles, justificaria as ações dela. No entanto, o advogado do médico nega qualquer envolvimento amoroso entre os dois e ressalta que, mesmo que houvesse, não justificaria a conduta da acusada.

O caso permanece em aberto para novas manifestações da defesa da jovem, que não foram obtidas pela reportagem até o momento.