ANÁLISE DAS DIRETRIZES LEGAIS E DESAFIOS NA REGULAMENTAÇÃO FISCAL DE MOEDAS VIRTUAIS NO BRASIL

22 de janeiro de 2025

A regulamentação fiscal das moedas virtuais no Brasil tem avançado significativamente nos últimos anos, refletindo a necessidade de adaptar o sistema tributário às inovações tecnológicas do mercado financeiro. A promulgação da Lei nº 14.478/2022, conhecida como “Marco Legal dos Criptoativos”, estabeleceu diretrizes para a prestação de serviços relacionados a ativos virtuais, visando coibir crimes como estelionato e lavagem de dinheiro.

Contudo, a aplicação prática dessa legislação apresenta desafios notáveis. A definição precisa de “ativo virtual” e a delimitação das competências entre órgãos reguladores, como o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ainda carecem de clareza. Essa indefinição pode gerar insegurança jurídica para investidores e empresas que operam no setor.

No âmbito tributário, a Receita Federal do Brasil tem buscado aprimorar as normas referentes à declaração de operações com criptomoedas. Em janeiro de 2025, foram anunciadas atualizações na Instrução Normativa RFB nº 1.888/2019, visando modernizar as obrigações fiscais dos contribuintes que transacionam com criptoativos. Essas mudanças buscam aumentar a transparência e a rastreabilidade das transações, alinhando-se às melhores práticas internacionais.

A reforma tributária sancionada em janeiro de 2025 também impacta o tratamento fiscal das criptomoedas. A simplificação do sistema tributário brasileiro, com a substituição de diversos tributos por um Imposto sobre Valor Agregado (IVA), exige uma reavaliação de como os criptoativos serão tributados, considerando suas especificidades e a necessidade de evitar a evasão fiscal.

Adicionalmente, o Banco Central do Brasil anunciou planos para regulamentar as stablecoins e a tokenização de ativos em 2025, reconhecendo a crescente demanda por esses instrumentos no país. Essa iniciativa busca equilibrar a inovação financeira com a estabilidade econômica, prevenindo o uso indevido desses ativos para fins ilícitos.

Em suma, embora o Brasil tenha avançado na criação de um arcabouço legal para as moedas virtuais, persistem desafios significativos na sua implementação efetiva. A clareza regulatória, a adaptação das normas fiscais e a coordenação entre os diversos órgãos envolvidos são essenciais para fomentar um ambiente seguro e propício ao desenvolvimento do mercado de criptoativos no país.