As recentes revelações sobre ajustes contábeis significativos no valor de R$ 830 milhões no patrimônio líquido da varejista brasileira Magazine Luiza (MGLU3) têm gerado inquietação no mercado financeiro. Estes ajustes, relacionados a erros em registros de bonificações a fornecedores, ressoam preocupações anteriores provocadas por incidentes semelhantes em outras grandes empresas, como as Lojas Americanas e a Light, no início do ano.
Em um reflexo imediato dessa turbulência, as ações do Magazine Luiza sofreram uma queda expressiva, atingindo R$ 1,55 na mínima intradiária, o que representa uma desvalorização de 10,4%. No entanto, o panorama do mercado mostrou resiliência ao longo do dia, com as ações da empresa se recuperando e registrando um aumento de 2,31%, cotadas a R$ 1,77.
Paralelamente, observou-se um movimento significativo no mercado de crédito envolvendo a Magazine Luiza. Um grande investidor negociou aproximadamente R$ 27 milhões em debêntures da empresa com vencimento em 2024. Estes papéis foram vendidos a uma taxa de CDI+10%, um valor consideravelmente superior ao CDI+1,25% registrado no momento da emissão das debêntures.
Esta operação chama a atenção pelo fato de que o mercado de debêntures da Magazine Luiza tem apresentado uma liquidez reduzida recentemente, um cenário atribuído à prudência dos investidores. Segundo fontes do setor, aqueles que adquiriram esses ativos a taxas mais altas parecem estar confiantes em relação ao risco assumido e não demonstram interesse em vendê-los nos níveis de preço atuais.
Apesar da elevada rentabilidade dessas transações, analistas do mercado, que preferem manter anonimato, avaliam que os problemas contábeis enfrentados pelo Magazine Luiza não devem desencadear consequências tão graves como as experimentadas pelas Lojas Americanas no início do ano.